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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SETEMBRO LARANJA

    





    Dia laranja de quente na península. Minha mão despenca na lente dela. É tudo praia da armação no pano de fundo da imagem! E eu a namorar uma fotógrafa...
Ops! Não mostra o seio não amor.
- Ah, só um pouquinho, deixa.
    Não era só porque estávamos transando que eu deveria mostrar nossos galopes pro mundo...
–Ah amor, para!
- Vai mostra tudo que eu quero fotografar.
    A praia da armação era cilada, a piscina cilada, eu calada, cilada. Peguei a rolleiflex e fugi descendo as escadas daquela chique pousada de milionários de plantão. Posso não, quero não. Eu que só queria uma transa ia acabar virando folhinha de borracheiro.
    Mas ela veio atrás, degrau e degraus e quarto. Mal entrei ela segurou a porta:
- Sua cadela, você não percebe que faz o que eu mando?
    Tremi como as velas dos barcos na praia de Manguinhos.
- Agora vou fotografar tudo, tira a roupa.
- Amor para, vamos namorar!
- Tira a roupa senão não...eu não namoro.
- Ah amor, namora...
- De joelhos, agora pede, implora. Fala...anda, eu não ouvi.
    Ajoelhei:
- Me namora!
- Mais alto eu não ouvi! Beija meu pé e pede.
    Meus beijos nos pés, no chão, tontos... e ela a puxar-me pelos cabelo :
-Cama!
    Fiz que levantava e ela:
-Não, vai de quatro ate lá.
    Subjetivada de chão pus-me a cair de amor. Era tarde demais já estava no jogo.
    Aquele dia laranja desfolhou-se quente, ímpar, buzianamente sensual na nossa ilha de lesbos.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010




O que faz uma escrava sexual, meu poeta?


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Poeta Libertino Bom dia, de Sade. Primeiro tem que entender que escravatura e escravidão não são a mesma coisa. A sujeição sexual não implica falta de liberdade individual e, filosoficamente, os Dom que disso se servem não perceberam nada do Livro. Provavelmente, nem o leram. Vão apenas atrás de blogs e de tertúlias que reflectem modas, mas desprovidas de sentido, e esperam assim enredar submissas novatas que lhes esvaziem os tomates. Ser escrava não é nada disso. Passo a explicar...
Ontem às 07:27 · Curtir
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Poeta Libertino Ser escrava não é privação, é evolução para uma nova liberdade. A liberdade consciente de assumir que sente prazer sexual na submissão e na dor. Por isso, nunca deve anular a sua própria vontade. A mulher que já está preparada para ser escrava, nunca se anula. Nunca! E até na escolha de quem a domina deve fazer uso dessa liberdade, a de escolha. Um Dom Superior é o que ama a dor da escrava com a mesma intensidade que numa relação dita "normal" amaria a mulher que nada mais conhece senão a posição de missionário.
Ontem às 07:32 · Curtir
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Poeta Libertino Ao dominá-la entrega-se ao prazer da mulher que idolatra, como ela deseja, sabendo que o veículo afrodisíaco dela são a submissão e a dor. Só depois de ambos entenderem o sentido dessa relação de entrega e respeito, é que estão preparados para experimentar os Novos Prazeres. Em conclusão; o que deve fazer uma escrava? Estar consciente da sua vontade e nunca deixar de ser fiel a si mesma. "Faz o que tu queres", é a Lei. Porque verdadeiras escravas, de Sade, são aquelas que por vergonha ou covardia não assumem o seu Prazer.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Castelo de Sade (perversidades literárias)

    Golpes fortes no corpo do texto, chicote em cadência cardíaca. A poeta procura a perversidade literária.
    - Venham a nós as vagabundas formas de amor! Venham leitores!
    Tintas fortes, camas resistentes e algemas. Sou canhota e me orgulho disso. A culpada de tudo foi a bela professora de alfabetização que em meio a encontros consonantais ensinou-me os mistérios da palavra. 

    Chegamos à origem da tragédia, à causa da patologia: a poeta está acorrentada a sadismos, a vícios de linguagem. Torturo-os leitores, suportem, sei que gostam.
    - Ser canibal dos leitores, milhares deles, perfilados numa noite suja.
    Objetivo único da sádica escritora é envolver, conduzir, dialogar, entreter, fetichear, fantochear os leitores, deleite! Por fim, fazer-vos ter prazer na dor.

    Em minha última encarnação fui o Senhor de Sade. Ela, a encarnação, foi literária, claro. Escrevi nas paredes dos hospícios com tinta de sangue e fezes. Minha alma: inscrição perversa destilada em vários fascículos. 
    Voltemos aos milhares de leitores esperando a hora da execução:
    - Algemas senhores, é a exigência que não se cala. 

    Só garanto-lhes uma coisa -o prazer, mesmo que à custa das suas vidas, ou de algumas dores. Cuidado!  São páginas de perversidade.
    - Algemas colocadas, agora percebam como não conseguem soltar o livro. Leiam a voz de comando. Venham, entendam como é doce a submissão.
    Cuspo palavras nas suas caras escancaradas, glória! E vocês continuarão a ler, rastejando migalhas pelo chão da página.

Farejando o poema imundo num fim de noite no castelo de Sade.
Golpe sujo! Golpe na epiderme do cérebro. Bem devagar e com absurdo prazer.
    - Amo torturar-vos e amam a tortura.

    Bem vindos ao calabouço! Aqui onde as expressões de tortura e as frases de prazer tingirão as letras do verso.
    - Ah, o sangue doce e desavisado dos leitores, meu vinho predileto!
    Como vocês me pertencem, jogo no assoalho do texto doces perversidades.  Vão lambê-las, ávidos de obediência, sequiosos de intimidade. Mas, não esqueçam nunca as intenções doentes do autor. Nunca!
    - Nada como conhecer as acomodações do nosso castelo, não acham? Voltem sempre!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"Esfregando a pele de ouro marrom
do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel." 
Caetano Veloso

Seja meu dono

                  Seja meu dono e traga para o meu mundo a fantasia dos grandes poetas, seus imaginários, suas paisagens mentais, traga-me as revoluções. Seja meu dono sabendo as melhores uvas dos melhores vinhos e tendo dormido com muitas princesas em seus castelos. Seja meu dono ate que eu rasteje a glória de um homem das grandes ideias, das grandes teses. Seja culto em letras, idiomas, e luxurias. Seja meu dono somente se tiver provado o néctar das grandes trepadas, das camas sádicas de todos os tempos. Seja meu mestre na arte da vida, do melhor que ela pode dar. 

Eu seria uma boa submissa para o Senhor de Sade, sim...literatura, bom gosto, bons vinhos, bons salões, boa prosa. E o mais importante...poder !